Definindo uma função: Difference between revisions

From Applied Science
(Created page with "Uma '''função''' é uma regra que associa um conjunto de elementos com outro (há maneiras mais rigorosas de definir mas por agora basta isto). Temos um conjunto '''D''' onde cada um de seus elementos esta associato com outro elemento de um outro conjunto, o '''E'''. O conjunto '''D''' é chamado de '''Domínio''' da função e o conjunto '''E''' de '''contradomínio''' da função. Cada elemento de '''D''' é chamado de '''entrada ou variável independente''' e cada e...")
 
No edit summary
 
(12 intermediate revisions by the same user not shown)
Line 1: Line 1:
Uma '''função''' é uma regra que associa um conjunto de elementos com outro (há maneiras mais rigorosas de definir mas por agora basta isto). Temos um conjunto '''D''' onde cada um de seus elementos esta associato com outro elemento de um outro conjunto, o '''E'''. O conjunto '''D''' é chamado de '''Domínio''' da função e o conjunto '''E''' de '''contradomínio''' da função. Cada elemento de '''D''' é chamado de '''entrada ou variável independente''' e cada elemento de '''E''' é chamado de '''saída ou variável dependente'''.
Uma '''função''' é uma regra que associa um conjunto de elementos com outro (há maneiras mais rigorosas de definir mas por agora basta isto). Temos um conjunto '''D''' onde cada um de seus elementos esta associato com outro elemento de um outro conjunto, o '''E'''. O conjunto '''D''' é chamado de '''Domínio''' da função e o conjunto '''E''' de '''contradomínio''' da função. Cada elemento de '''D''' é chamado de '''entrada ou variável independente''' e cada elemento de '''E''' é chamado de '''saída ou variável dependente'''.


Caso o termo <u>dependente</u> cause confusão quando temos uma função constante, isto é, uma função que produz o mesmo valor para qualquer entrada. A função constante só pode calcular um valor se uma variável de entrada existir, qualquer que seja. Sem valor de entrada a função não tem saída nenhuma.
Caso o termo <u>dependente</u> cause confusão quando temos uma função constante. Isto é, uma função que produz o mesmo valor para qualquer entrada. A função constante só pode calcular um valor se uma variável de entrada existir, qualquer que seja. Sem valor de entrada a função não tem saída nenhuma.


Para várias variáveis a definição de função é a mesma. Exceto que agora temos uma questão adicional: as variáveis independentes são independentes entre si? Em cálculo sim. Mas podemos muito bem pensar em muitas situações onde as variáveis independentes guardam alguma dependência entre si. Para tudo que aprendemos em cálculo, <math>f(x,y) = x + y</math> por exemplo. Considerando o domínio da função, os valores de cada par <math>(x,y)</math> não tem nenhuma dependência entre uma variável e a outra. Em álgebra linear esta independência de variáveis é chamada de "independência linear".
Para várias variáveis a definição de função é a mesma. Exceto que agora temos uma questão adicional: as variáveis independentes são independentes entre si? Em cálculo sim. Mas podemos muito bem pensar em muitas situações onde as variáveis independentes guardam alguma dependência entre si. Para tudo que aprendemos em cálculo, <math>f(x,y) = x + y</math> por exemplo. Considerando o domínio da função, os valores de cada par <math>(x,y)</math> não tem nenhuma dependência entre uma variável e a outra. Em álgebra linear esta independência de variáveis é o conceito de '''dependência linear'''.


<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">


[[file:function_definition.png]]
[[file:function_definition_pt.png]]


(Não, a entrada e a saída não precisam ser do mesmo tipo)
(Não, a entrada e a saída não precisam ser do mesmo tipo)
Line 14: Line 14:
A flecha é uma forma bem intuitiva de mostrar que os elementos de D são levados a elementos de E. Note que cada elemento de D deve corresponder a algum elemento de E. Se houver algum de D que não, então ele não faz parte do domínio. Note também que cada <math>x</math> corresponde a um <math>f(x)</math>, o que significa que são todos pares ordenados <math>(x, \ f(x))</math>. Ordenados porque, como a flecha indica, a direção importa. Você não pode simplesmente escrever um par em qualquer ordem porque fazendo isto você estará destruindo a relação dos elementos.
A flecha é uma forma bem intuitiva de mostrar que os elementos de D são levados a elementos de E. Note que cada elemento de D deve corresponder a algum elemento de E. Se houver algum de D que não, então ele não faz parte do domínio. Note também que cada <math>x</math> corresponde a um <math>f(x)</math>, o que significa que são todos pares ordenados <math>(x, \ f(x))</math>. Ordenados porque, como a flecha indica, a direção importa. Você não pode simplesmente escrever um par em qualquer ordem porque fazendo isto você estará destruindo a relação dos elementos.


'''Notation:''' <math>f \ : D \ \to \ E</math>. Most of the time we don't need to write this and end up writing <math>f(x) = x^2 + 3x - 5</math> because it's pretty obvious to see from the equation that represents the function which sets are D and E. When we plot the graph of a function it doesn't matter if we use <math>f(x)</math> or <math>y</math> to name the vertical axis. It's just more common to rely on <math>x, \ y</math> (and <math>z</math> for two variables).
'''Notação:''' <math>f \ : D \ \to \ E</math>. Na maior parte do tempo não precisamos escrever isso e escrevemos apenas <math>f(x) = x^2 + 3x - 5</math> porque é bastante óbvio pela própria equação que representa a função quais são os conjuntos D e E. Quando traçamos o gráfico de uma função não importa se o eixo vertical for chamado de <math>f(x)</math> ou <math>y</math>. Apenas é mais comum usar <math>x, \ y</math> para nomear os eixos (e <math>z</math> no caso de funções de duas variáveis).


'''Can the arrow be reversed?''' Yes, this is exactly the idea of the inverse function. However, not every function can be reversed and some processes cannot be reversed (there are many examples in physics and chemistry). The condition for a function to be reversible is that for each <math>f(x)</math> there is only one <math>x</math> such that <math>x \to f(x)</math>. In other words, from <math>x</math> we reach <math>f(x)</math> and from <math>f(x)</math> we can return to <math>x</math>. If this happens <math>x_1, \ x_2 \to f(x)</math>, we simply cannot know from <math>f(x)</math> whether we return to <math>x_1</math> or <math>x_2</math>. Hence, the function cannot be reversed.
'''A flecha pode ser invertida?''' Sim, este é o conceito da função inversa. Porém, nem toda função pode ser invertida e alguns processos não são reversíveis (há muitos exemplos de processos irreversíveis na física e na química). A condição para que uma função seja invertível é que para cada <math>f(x)</math>, corresponde apenas um <math>x</math>, tal que <math>x \to f(x)</math>. Em outras palavras, de <math>x</math> vamos à <math>f(x)</math> e vice-versa. Se acontecer isto <math>x_1, \ x_2 \to f(x)</math>, é impossível saber a partir de <math>f(x)</math> se partimos de <math>x_1</math> ou <math>x_2</math>. Ou seja, a função não é invertível.


'''There comes a natural question about inverse functions:''' we don't learn the theorem at school, but we can very well at least learn what the inverse of a function means. What about multivariable functions? The concept is the same, but there comes a complication. The domain of a single variable function is a set of ordered numbers. The domain of a multivariable function is a set of ordered pairs. With multivariable functions there are infinitely many ordered pairs that map to the same value. What do we do? It's not possible to explain this with a short paragraph here.
'''Uma questão natural sobre as funções inversas:''' não aprendemos o teorema na escola, mas podemos aprender o significado de uma função inversa. O que fazer no caso de funções de várias variáveis? O conceito é o mesmo, mas entra uma complicação. O domínio de uma função de uma variável (real) é um conjunto de números ordenados. O domínio de uma função de duas variáveis é um conjunto de pares ordenados. Com funções de várias variáveis há infinitos pares ordenados que são levados ao mesmo valor. O que fazer? Não é possível explicar aqui com um parágrafo só.


'''An analogy:''' suppose we have a machine that takes in water, energy, sugar, flavours and corn syrup to produce candies. It can only produce candies. It can't produce, say, cakes with the same input that is required to produce candies. On the other hand, if we have the same machine of this example and input salt, corn starch and strawberries it won't produce anything because it was never designed to process strawberries, salt and corn starch.
'''Uma analogia:''' suponha que tenhamos uma máquina que processa água, energia, açúcar, aromatizantes e glucose de milho para produzir balas. A máquina só produz balas. Não pode produzir, digamos, bolos com os mesmos ingredientes usados para produzir balas. Por outro lado, se introduzirmos sal, amido de milho e morangos na mesma máquina, ela não produzirá nada porque não foi feita para processar morangos, sal e amido de milho.


'''Note about terminology:''' In many places you see the words "parameter", "argument" and "unknown". For the most part they always mean the input variable. Parameter is often found when we have equations, specially with a geometrical meaning. Because increasing or decreasing its value makes a circle larger or changes the slope of a line for example. Now in physics, the variables often have some meaning, such as changing the rate of some variation for instance. A practical example would be equations that describe how a certain material is transparent to visible light. It can be more transparent or less transparent and that property is usually governed by a parameter. The word "argument" is most common in mathematics to refer to function's arguments. Now "unknown" is a synonym for "variable" most of the time, it's more common when we talk about solving equations or system of equations.
'''Sobre a terminologia:''' É muito comum o uso indistinto das palavras "parâmetro", "argumento" e "incógnita". Em grande parte das vezes elas significam a variável de entrada. Parâmetro é frequentemente encontrado em equações com interpretação geométrica, porque mudanças no valor do parâmetro mudam o tamanho de um círculo ou a inclinação de uma rampa por exemplo. Na física as variáveis frequentemente carregam um significado, como por exemplo mudar a taxa de variação de algo. Um exemplo prático seria uma equação que descreve a transparência de um material. Ele pode ser mais ou menos transparente e esta propriedade é controlada por um parâmetro. A palavra "argumento" é mais comum na matemática para se referir ao argumento de uma função. "Incógnita" por sua vez é sinônimo para "variável" na maioria das vezes. É mais comum quando temos que resolver equações ou sistemas de equações.


'''Codomain and image:''' for the most part in calculus, in english textbooks, ''range'' is a synonym for both. There seems to be some differences among textbooks and in between english and portuguese. For the definition of ''domain'' the word doesn't cause confusion. What would be the ''codomain''? I'm going to borrow a word from psychology which is ''"codependency"''. The set of all dependent variables is contained in which set? In portuguese language textbooks it's the ''counterdomain'' ''(I have no idea why in portuguese the term is almost the opposite of the english term)''. Analogous to the psychology term, the codomain depends on the domain. Now for the term ''image'', I have a textbook that defines that <math>(x, \ f(x))</math>. <math>f(x)</math> is called the ''image'' of <math>x</math>. If we think about the word image, it gives the idea that <math>x</math> is what goes in the function, which processes it and produces something that we can see, the image. That would be a point in the function's graph. The set of all images and the codomain can be the same, but the image can never go over the codomain. One example is <math>f(x) = x^2</math>. It's a function that maps real numbers to real numbers. The codomain is all real numbers, but the function cannot produce negative numbers, its image is <math>\mathbb{R}_*^{+}</math>.
'''Contradomínio e imagem:''' nos livros em inglês de cálculo é muito comum o termo ''range'' para indicar as duas coisas. Em tradução livre seria a ''faixa'' de valores produzidos pela função. A palavra ''domínio'' não causa maiores problemas. ''contradomínio'' sim. Em inglês se diz ''codomínio'' em tradução livre. Em português o prefixo ''co'' foi substituído por ''contra'' por algum motivo. Temos o domínio que é o conjunto de entrada e o contradomínio que é o de saída, formando um par de conjuntos onde a função é o que liga os elementos de um ao outro. Quanto ao termo ''imagem'', um dos livros que tenho define que, do par <math>(x, \ f(x))</math>, o segundo elemento é chamado de imagem do primeiro. Numa interpretação visual, <math>x</math> é o valor de entrada e <math>f(x)</math> é a saída que a função produz, algo que podemos ver, num gráfico por exemplo. O conjunto imagem e o contradomínio podem ter a mesma quantidade de elementos, mas a imagem nunca pode conter mais elementos do que o contradomínio. Um exemplo é <math>f(x) = x^2</math>. É uma função de valores reais a valores reais. O contradomínio são todos os reais, mas a função não produz números negativos. A imagem é <math>\mathbb{R}_*^{+}</math>.




{| class="wikitable"
{| class="wikitable"
!colspan="2" | '''Examples'''
!colspan="2" | '''Examplos'''
|-  
|-  
| style="padding:1em;" | [[file:function_example1.png]] || Suppose we have a function that takes any real number as input and outputs the constant 2. It can't output any other value. The value 4 can't be part of this function's image but it can be part of the codomain.
| style="padding:1em;" | [[file:function_example1.png]] || Suponha que temos uma função que aceita qualquer número real como entrada e na saída produz a constante 2. A saída é sempre 2 e nada mais ou menos. O número 4 não pode fazer parte da imagem desta função, mas pode fazer parte do contradomínio.
|-
|-
| style="padding:1em;" | [[file:function_example2.png]] || Now the opposite problem. Suppose that a function outputs the square root of a real number. What happens if we input -1? The square root of -1 is a complex number and since we have a real valued function, the function can't output any value if the input is a negative number. Ergo, -1 is not part of this function's domain.
| style="padding:1em;" | [[file:function_example2.png]] || Agora o problema oposto. Suponha que uma função produz como saída a raiz quadrada de um número real. O que acontece se a entrada for -1? A raiz quadrada de -1 é um número complexo e como a função esta definida para valores reais, nada acontece. Não existe a raiz quadrada de -1 nos reais. Logo, -1 não faz parte do domínio da função.
|-
|-
| style="padding:1em;" | [[file:function_example4.png]] || Can a function associate one element to more than one element? It's impossible! That's why the graph of a function of one variable can never form a loop. The graph of a function of two variables can never be a sphere or a cylinder. Think about a real world situation. Can the same point in space, at the same time, have two different values for its temperature? Can the same object, at a certain time and at a certain point in space, have two different values for its mass? Let's not discuss the philosophy behind the meaning of measures.
| style="padding:1em;" | [[file:function_example4.png]] || Pode uma função levar um elemento para mais do que um outro elemento? É impossível! É por isto que o gráfico de uma função não pode formar um laço. O gráfico de uma função de duas variáveis não pode ser uma esfera ou um cilindro. Pense numa situação real. Pode o mesmo ponto do espaço, ao mesmo tempo, ter duas temperaturas diferentes? Pode o mesmo objeto, num certo instante de tempo e numa certa posição no espaço, ter dois valores de massa diferentes? Não vamos entrar na discussão filosófica do significado das medidas.


If a piecewise function has overlapping cases it's wrong. If it's an algorithm in a computer it'll usually fall under whichever case comes first in the code.
Se uma função definida por partes (ramos em Portugal) tiver casos sobrepostos esta errado. Se for um algoritmo num computador, o mais comum é a execução do primeiro caso satisfeito.
|-
|-
| style="padding:1em;" | [[file:function_example3.png|300px]] || '''Numerical methods:''' Very often we have experimental data in the forms of points with <math>(x,y)</math> coordinates. Sometimes there is no obvious pattern and the data appears to be random. However, if the points show a pattern there is probably a function and to discover which function is it we have to resort to numerical methods to find the best fitting function. Depending on the case we have to break up the graph in multiple parts because there isn't one single rule or mathematical expression for all the points, but each piece is a different rule or mathematical expression.
| style="padding:1em;" | [[file:function_example3_pt.png|300px]] || '''Métodos numéricos:''' frequentemente temos dados experimentais na forma de pontos com pares de coordenadas <math>(x,y)</math>. Às vezes não há um padrão óbvio e os dados parecem aleatórios. Porém, se os pontos mostram um padrão, provavelmente há uma função e para descobrir qual é temos que recorrer aos métodos numéricos para encontrar a melhor função para aquele caso. Dependendo do caso precisamos dividir o gráficos em partes menores porque apenas uma função não vai conseguir descrever todos os pontos, mas cada parte é uma função diferente.


Statistics also play its role in approximating functions because there is always some error associated to each measure made. Measures without error doesn't exist. Real world data never perfectly fits a curve, meaning most of the time we are disregarding some very high frequency variations.
A estatística também tem a sua parte na aproximação de funções porque sempre há um erro associado com cada medida. Medidas sem erros não existem. Dados do mundo real nunca se encaixam perfeitamente numa curva, o que significa que na maior parte das vezes estamos desconsiderando algumas variações de alta frequência.


An interesting question is whether the function has to be a single continuous function and, if the function is piecewise, what happens near the values that separate one piece from another. The answer for that really depends on the experiment that you are running. It may or may not be necessary or even feasible to "zoom in" near such points to achieve a high level of fidelity.
Uma questão interessante é se a função precisa ser uma só e, se for definida por partes (ramos em Portugal), o que acontece com os valores que separam uma parte da função da próxima. A resposta depende muito do experimento que você esta conduzindo. Pode ser ou não necessário, ou mesmo viável, uma "ampliação" ao redor de tais pontos para capturar o máximo de detalhes.


To solve numerically or analytically? The former means to calculate a numerical value with a good enough approximation to the real, theoretical value. The latter means to find an exact solution or a formula.
Resolver numericamente ou analiticamente? O primeiro significa calcular um valor numérico com uma aproximação boa o bastante da solução verdadeira, o valor teórico. O segundo significa achar uma solução exata ou uma fórmula.
|}
|}


'''Physical interpretation:''' We are often not interested in all values of a function but just a particular range. For example: a function may represent volume in respect to something. The function itself can assume negative values. However, a negative volume doesn't exist. Another example: speed over time. Due to the laws of physics, speed can't be an infinitely large quantity, there is the upper limit of the speed of light. We can, nonetheless, plot the graph. It just won't have any physical meaning beyond the speed of light. That's where pure math comes in, where the physical meaning of a function is lost.
'''Interpretação física:''' frequentemente não estamos interessados em todos os valores de uma função, mas apenas uma determinada faixa. Por exemplo: uma função pode representar volume em função de algo. A função em si pode assumir valores negativos. Porém, volume negativo não existe. Outro exemplo: velocidade no tempo. Por causa das leis da física a velocidade não pode ser infinita, há o limite teórico da velocidade da luz. Apesar disto o gráfico pode ultrapassar o limite teórico. O que ocorre é que acima ou abaixo de um certo valor a função perde a interpretação física. Aí entra a matemática pura, onde a interpretação física não existe mais.


'''Functions from data points:''' in Calculus, most of the time, you are given the function. In many scenarios the function is unknown. What is known is the data. If the data is nicely ordered on a table, numerical patterns may be quickly noticed. Easy patterns such as periodic oscillations, increasing at a constant rate, at an exponential rate or decreasing exponentially. If an easy pattern cannot be identified, you'd have to plot the data on the Cartesian plane to see if there is any noticeable pattern. This is more or less an exercise of guessing which of the known functions seems to best approximate the data's behaviour.
'''Funções a partir de pontos:''' Na maior parte do tempo em cálculo a função já é dada. Em muitos casos a função é desconhecida, mas conhecemos os pontos. Se os pontos forem ordenados numa tabela, padrões numéricos ficam fáceis de reconhecer. Padrões fáceis como oscilações periódicas, crescimento constante, crescimento exponencial ou decrescimento exponencial por exemplo. Se um padrão claro não for reconhecido, marcar os pontos num plano cartesiano pode trazer uma luz ao problema. Isto é mais ou menos um exercício de adivinhar qual função melhor aproxima o comportamento observado.


In experimental physics, most of the time you already know the function. The classes aren't about trying to guess which function is it. The experiments done already give you the function and the goal of it is more about testing the limits in which that function remains a good approximation for the data that you gather. In those experiments there are tiny bits of statistics because there is some error analysis to be performed on the data.
Na física experimental já sabemos a função na maior parte das vezes. As aulas não são sobre adivinhar qual função é. Os experimentos já partem de uma função conhecida e o objetivo é mais sobre verificar os limites da teoria, até onde a função continua sendo um bom modelo para os dados coletados. Nestes experimentos há um pouco de estatística porque na base de tudo dependemos da análise de erros.


In practical terms, data can also display bizarre behaviour, in which case one's knowledge about the phenomena is what makes those bizarre behaviours to be spotted. For example: the speed of sound in air is known. If there is a table and one point depicts an excessively high speed. It either means that the data itself is wrong due to some collection error or that somebody inserted data that shouldn't have been there. For statistics those points may be relevant, such as whether they represent an error or a spike. A spike in crime rates for instance?
Em termos práticos os dados coletados podem mostrar um comportamento bizarro. Aí entra o conhecimento sobre o fenômeno estudado para identificar os comportamentos fora do padrão. Por exemplo: a velocidade do som no ar é conhecida. Se temos uma tabela e um ponto indica uma velocidade excessiva. Ou aquilo significa que o dado esta errado ou que alguém inseriu um dado que não deveria estar ali. A causa do erro pode ser um erro na coleta por exemplo. Para a estatística estes pontos podem ser interessantes, porque podem representar um pico ou desvio. Uma alta na taxa de crimes por exemplo.

Latest revision as of 18:43, 25 August 2022

Uma função é uma regra que associa um conjunto de elementos com outro (há maneiras mais rigorosas de definir mas por agora basta isto). Temos um conjunto D onde cada um de seus elementos esta associato com outro elemento de um outro conjunto, o E. O conjunto D é chamado de Domínio da função e o conjunto E de contradomínio da função. Cada elemento de D é chamado de entrada ou variável independente e cada elemento de E é chamado de saída ou variável dependente.

Caso o termo dependente cause confusão quando temos uma função constante. Isto é, uma função que produz o mesmo valor para qualquer entrada. A função constante só pode calcular um valor se uma variável de entrada existir, qualquer que seja. Sem valor de entrada a função não tem saída nenhuma.

Para várias variáveis a definição de função é a mesma. Exceto que agora temos uma questão adicional: as variáveis independentes são independentes entre si? Em cálculo sim. Mas podemos muito bem pensar em muitas situações onde as variáveis independentes guardam alguma dependência entre si. Para tudo que aprendemos em cálculo, [math]\displaystyle{ f(x,y) = x + y }[/math] por exemplo. Considerando o domínio da função, os valores de cada par [math]\displaystyle{ (x,y) }[/math] não tem nenhuma dependência entre uma variável e a outra. Em álgebra linear esta independência de variáveis é o conceito de dependência linear.

(Não, a entrada e a saída não precisam ser do mesmo tipo)

A flecha é uma forma bem intuitiva de mostrar que os elementos de D são levados a elementos de E. Note que cada elemento de D deve corresponder a algum elemento de E. Se houver algum de D que não, então ele não faz parte do domínio. Note também que cada [math]\displaystyle{ x }[/math] corresponde a um [math]\displaystyle{ f(x) }[/math], o que significa que são todos pares ordenados [math]\displaystyle{ (x, \ f(x)) }[/math]. Ordenados porque, como a flecha indica, a direção importa. Você não pode simplesmente escrever um par em qualquer ordem porque fazendo isto você estará destruindo a relação dos elementos.

Notação: [math]\displaystyle{ f \ : D \ \to \ E }[/math]. Na maior parte do tempo não precisamos escrever isso e escrevemos apenas [math]\displaystyle{ f(x) = x^2 + 3x - 5 }[/math] porque é bastante óbvio pela própria equação que representa a função quais são os conjuntos D e E. Quando traçamos o gráfico de uma função não importa se o eixo vertical for chamado de [math]\displaystyle{ f(x) }[/math] ou [math]\displaystyle{ y }[/math]. Apenas é mais comum usar [math]\displaystyle{ x, \ y }[/math] para nomear os eixos (e [math]\displaystyle{ z }[/math] no caso de funções de duas variáveis).

A flecha pode ser invertida? Sim, este é o conceito da função inversa. Porém, nem toda função pode ser invertida e alguns processos não são reversíveis (há muitos exemplos de processos irreversíveis na física e na química). A condição para que uma função seja invertível é que para cada [math]\displaystyle{ f(x) }[/math], corresponde apenas um [math]\displaystyle{ x }[/math], tal que [math]\displaystyle{ x \to f(x) }[/math]. Em outras palavras, de [math]\displaystyle{ x }[/math] vamos à [math]\displaystyle{ f(x) }[/math] e vice-versa. Se acontecer isto [math]\displaystyle{ x_1, \ x_2 \to f(x) }[/math], é impossível saber a partir de [math]\displaystyle{ f(x) }[/math] se partimos de [math]\displaystyle{ x_1 }[/math] ou [math]\displaystyle{ x_2 }[/math]. Ou seja, a função não é invertível.

Uma questão natural sobre as funções inversas: não aprendemos o teorema na escola, mas podemos aprender o significado de uma função inversa. O que fazer no caso de funções de várias variáveis? O conceito é o mesmo, mas entra uma complicação. O domínio de uma função de uma variável (real) é um conjunto de números ordenados. O domínio de uma função de duas variáveis é um conjunto de pares ordenados. Com funções de várias variáveis há infinitos pares ordenados que são levados ao mesmo valor. O que fazer? Não é possível explicar aqui com um parágrafo só.

Uma analogia: suponha que tenhamos uma máquina que processa água, energia, açúcar, aromatizantes e glucose de milho para produzir balas. A máquina só produz balas. Não pode produzir, digamos, bolos com os mesmos ingredientes usados para produzir balas. Por outro lado, se introduzirmos sal, amido de milho e morangos na mesma máquina, ela não produzirá nada porque não foi feita para processar morangos, sal e amido de milho.

Sobre a terminologia: É muito comum o uso indistinto das palavras "parâmetro", "argumento" e "incógnita". Em grande parte das vezes elas significam a variável de entrada. Parâmetro é frequentemente encontrado em equações com interpretação geométrica, porque mudanças no valor do parâmetro mudam o tamanho de um círculo ou a inclinação de uma rampa por exemplo. Na física as variáveis frequentemente carregam um significado, como por exemplo mudar a taxa de variação de algo. Um exemplo prático seria uma equação que descreve a transparência de um material. Ele pode ser mais ou menos transparente e esta propriedade é controlada por um parâmetro. A palavra "argumento" é mais comum na matemática para se referir ao argumento de uma função. "Incógnita" por sua vez é sinônimo para "variável" na maioria das vezes. É mais comum quando temos que resolver equações ou sistemas de equações.

Contradomínio e imagem: nos livros em inglês de cálculo é muito comum o termo range para indicar as duas coisas. Em tradução livre seria a faixa de valores produzidos pela função. A palavra domínio não causa maiores problemas. Já contradomínio sim. Em inglês se diz codomínio em tradução livre. Em português o prefixo co foi substituído por contra por algum motivo. Temos o domínio que é o conjunto de entrada e o contradomínio que é o de saída, formando um par de conjuntos onde a função é o que liga os elementos de um ao outro. Quanto ao termo imagem, um dos livros que tenho define que, do par [math]\displaystyle{ (x, \ f(x)) }[/math], o segundo elemento é chamado de imagem do primeiro. Numa interpretação visual, [math]\displaystyle{ x }[/math] é o valor de entrada e [math]\displaystyle{ f(x) }[/math] é a saída que a função produz, algo que podemos ver, num gráfico por exemplo. O conjunto imagem e o contradomínio podem ter a mesma quantidade de elementos, mas a imagem nunca pode conter mais elementos do que o contradomínio. Um exemplo é [math]\displaystyle{ f(x) = x^2 }[/math]. É uma função de valores reais a valores reais. O contradomínio são todos os reais, mas a função não produz números negativos. A imagem é [math]\displaystyle{ \mathbb{R}_*^{+} }[/math].


Examplos
Suponha que temos uma função que aceita qualquer número real como entrada e na saída produz a constante 2. A saída é sempre 2 e nada mais ou menos. O número 4 não pode fazer parte da imagem desta função, mas pode fazer parte do contradomínio.
Agora o problema oposto. Suponha que uma função produz como saída a raiz quadrada de um número real. O que acontece se a entrada for -1? A raiz quadrada de -1 é um número complexo e como a função esta definida para valores reais, nada acontece. Não existe a raiz quadrada de -1 nos reais. Logo, -1 não faz parte do domínio da função.
Pode uma função levar um elemento para mais do que um outro elemento? É impossível! É por isto que o gráfico de uma função não pode formar um laço. O gráfico de uma função de duas variáveis não pode ser uma esfera ou um cilindro. Pense numa situação real. Pode o mesmo ponto do espaço, ao mesmo tempo, ter duas temperaturas diferentes? Pode o mesmo objeto, num certo instante de tempo e numa certa posição no espaço, ter dois valores de massa diferentes? Não vamos entrar na discussão filosófica do significado das medidas.

Se uma função definida por partes (ramos em Portugal) tiver casos sobrepostos esta errado. Se for um algoritmo num computador, o mais comum é a execução do primeiro caso satisfeito.

Métodos numéricos: frequentemente temos dados experimentais na forma de pontos com pares de coordenadas [math]\displaystyle{ (x,y) }[/math]. Às vezes não há um padrão óbvio e os dados parecem aleatórios. Porém, se os pontos mostram um padrão, provavelmente há uma função e para descobrir qual é temos que recorrer aos métodos numéricos para encontrar a melhor função para aquele caso. Dependendo do caso precisamos dividir o gráficos em partes menores porque apenas uma função não vai conseguir descrever todos os pontos, mas cada parte é uma função diferente.

A estatística também tem a sua parte na aproximação de funções porque sempre há um erro associado com cada medida. Medidas sem erros não existem. Dados do mundo real nunca se encaixam perfeitamente numa curva, o que significa que na maior parte das vezes estamos desconsiderando algumas variações de alta frequência.

Uma questão interessante é se a função precisa ser uma só e, se for definida por partes (ramos em Portugal), o que acontece com os valores que separam uma parte da função da próxima. A resposta depende muito do experimento que você esta conduzindo. Pode ser ou não necessário, ou mesmo viável, uma "ampliação" ao redor de tais pontos para capturar o máximo de detalhes.

Resolver numericamente ou analiticamente? O primeiro significa calcular um valor numérico com uma aproximação boa o bastante da solução verdadeira, o valor teórico. O segundo significa achar uma solução exata ou uma fórmula.

Interpretação física: frequentemente não estamos interessados em todos os valores de uma função, mas apenas uma determinada faixa. Por exemplo: uma função pode representar volume em função de algo. A função em si pode assumir valores negativos. Porém, volume negativo não existe. Outro exemplo: velocidade no tempo. Por causa das leis da física a velocidade não pode ser infinita, há o limite teórico da velocidade da luz. Apesar disto o gráfico pode ultrapassar o limite teórico. O que ocorre é que acima ou abaixo de um certo valor a função perde a interpretação física. Aí entra a matemática pura, onde a interpretação física não existe mais.

Funções a partir de pontos: Na maior parte do tempo em cálculo a função já é dada. Em muitos casos a função é desconhecida, mas conhecemos os pontos. Se os pontos forem ordenados numa tabela, padrões numéricos ficam fáceis de reconhecer. Padrões fáceis como oscilações periódicas, crescimento constante, crescimento exponencial ou decrescimento exponencial por exemplo. Se um padrão claro não for reconhecido, marcar os pontos num plano cartesiano pode trazer uma luz ao problema. Isto é mais ou menos um exercício de adivinhar qual função melhor aproxima o comportamento observado.

Na física experimental já sabemos a função na maior parte das vezes. As aulas não são sobre adivinhar qual função é. Os experimentos já partem de uma função conhecida e o objetivo é mais sobre verificar os limites da teoria, até onde a função continua sendo um bom modelo para os dados coletados. Nestes experimentos há um pouco de estatística porque na base de tudo dependemos da análise de erros.

Em termos práticos os dados coletados podem mostrar um comportamento bizarro. Aí entra o conhecimento sobre o fenômeno estudado para identificar os comportamentos fora do padrão. Por exemplo: a velocidade do som no ar é conhecida. Se temos uma tabela e um ponto indica uma velocidade excessiva. Ou aquilo significa que o dado esta errado ou que alguém inseriu um dado que não deveria estar ali. A causa do erro pode ser um erro na coleta por exemplo. Para a estatística estes pontos podem ser interessantes, porque podem representar um pico ou desvio. Uma alta na taxa de crimes por exemplo.