Teoremas sobre limites e continuidade de funções: Difference between revisions

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Dependendo do professor e em qual tipo de curso de cálculo esta sendo dado, os teoremas a seguir não são demonstrados em aula porque eles precisam de um nível de abstração que nem todo mundo é familiarizado com. Há ainda a limitação de tempo. Nem sempre é viável fazer as demonstrações.
Dependendo do professor e do tipo de curso de cálculo esta sendo dado, os teoremas a seguir não são demonstrados em aula porque eles precisam de um nível de abstração que nem todo mundo esta familiarizado. Há ainda a limitação de tempo. Nem sempre é viável fazer as demonstrações.


Os teoremas abaixo sempre assumem que as funções são contínuas, porque se não forem contínuas num intervalo não temos como afirmar muitas propriedades. Sempre há dois pontos diferentes <math>a</math> e <math>b</math>, porque se <math>a = b</math> não temos um intervalo e não podemos afirmar nada sobre a função. Exceto verificar se a função esta definida ali ou não. A distância entre os pontos das extremidades pode ser pequena ou grande, desde que seja positiva. Os gráficos podem diferir de livro para livro e é natural. Estamos tratando de uma pequena parte de uma idea geral. Não há uma forma de traçar todos os casos um por um. Nem traçar no infinito.
Os teoremas abaixo sempre assumem que as funções são contínuas, porque se não forem contínuas num intervalo não temos como afirmar muitas propriedades. Sempre há dois pontos distintos <math>a</math> e <math>b</math>, porque se <math>a = b</math> não temos um intervalo e não podemos afirmar nada sobre a função. Exceto verificar se a função esta definida ali ou não. A distância entre os pontos das extremidades pode ser pequena ou grande, desde que seja positiva. Os gráficos podem diferir de livro para livro e é natural. Estamos tratando de uma pequena parte de uma ideia geral. Não há uma forma de traçar todos os casos um por um, nem traçar no infinito.


'''Antes de prosseguirmos para os teoremas algumas perguntas já podem ser feitas:''' o que fazer se a função tem um ponto onde o limite é infinito? Se este é o caso a função já não é contínua naquele ponto. Portanto, não podemos ter um máximo ali porque o infinito não é um número. Reciprocamente, o infinito negativo não é um mínimo. O que fazer se o limite não existe? Na melhor das hipóteses podemos dizer que a função é limitada entre dois extremos, mas com o limite indefinido não podemos concluir nada sobre um valor que não sabemos ao certo. Você é capaz de saber qual, dentre dois números desconhecidos, é maior? É impossível! Ao assumirmos que as funções são contínuas estamos eliminando casos nos quais o teorema seria inválido.


 
==Teorema do valor intermediário==
'''Before progressing to the theorems we can already make some questions:''' what if the function has a point in which the limit is infinity? Then the function cannot be continuous at that point. Therefore, we can't have a maximum value there because infinity is not a number. Conversely, negative infinity is not a minimum value. What if the limit doesn't exist? At best we can state that the function is bounded between two extremes, but with the limit being undefined we are unable to conclude anything from a value that we can't know for sure. Can you answer the question of which number is greater than the other if you don't know the numbers in the first place? It's impossible! By assuming the functions to be continuous in a certain interval we are ruling out some cases which would invalidate the theorems otherwise.
 
==Intermediate value theorem==


<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">


If <math>f</math> is continuous in <math>[a, \ b]</math> and <math>f(c)</math> is in between <math>f(a)</math> and <math>f(b)</math>. Then there shall exist a <math>c</math>, in that interval, such that <math>f(c) = c</math>.
Se <math>f</math> for contínua em <math>[a, \ b]</math> e <math>f(c)</math> esta entre <math>f(a)</math> e <math>f(b)</math>. Então deverá existir um <math>c</math>, dentro do intervalo, tal que <math>f(c) = c</math>.


[[file:intermediate_value_theorem.png|300px]]
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(This is not the mean value theorem)
(Este não é o teorema do valor médio)
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This theorem can be thought as an extension of the fact that in between two real numbers there is always another. In between two values of a function there is always another. Notice that this theorem only makes sense with the assumption that the function is continuous. We can't use this theorem to prove that a function is continuous! This theorem is a consequence of a function's continuity. The idea of it is similar to the mean value theorem. In between <math>f(a)</math> and <math>f(b)</math> there is going to be a value which is the average of the two. I think that this is where the confusion between the two theorems happen.
Este teorema pode ser visto como uma extensão do fato de que entre dois números reais sempre há um terceiro. Entre dois valores de uma função sempre há um terceiro. Observe que este teorema só faz sentido partindo do pressuposto que a função é contínua. Não podemos usar deste teorema para provar que uma função é contínua! Este teorema é uma consequência da continuidade da função. A ideia dele é semelhante à do teorema do valor médio. Entre  <math>f(a)</math> e <math>f(b)</math> existirá um valor que é a média dos dois anteriores. Acho que é aqui que a confusão entre os dois teoremas acontece.


A subcase of this theorem is '''Bolzano's theorem'''. If <math>f(a)f(b) < 0</math>, then the function does have a point where <math>f(x) = 0</math>. This is one of the first theorems we learn in numerical methods classes, because we need this fact to find roots of equations. One may think about higher dimensions. Bolzano's theorem only makes sense in a cartesian plane. Can we go to the other side without crossing a line? It may be possible in dimensions higher than 3D, but that's way beyond calculus. I can't answer that.
Um subcaso do teorema do valor intermediário é o '''Teorema de Bolzano'''. Se <math>f(a)f(b) < 0</math>, então a função tem um ponto onde <math>f(x) = 0</math>. Este é um dos primeiros teoremas que aprendemos em aulas de métodos numéricos, porque precisamos dele para achar raízes de equações. Alguém pode pensar em dimensões mais altas. O Teorema de Bolzano só faz sentido no plano cartesiano. Podemos atravessar para o outro lado sem cruzar um eixo ou reta? Em 2D não. Precisamos do espaço 3D para ir ao outro lado sem tocar na linha. Se existe teorema semelhante ao de Bolzano para dimensões maiores não faço ideia.


We can make a comparison here between the intermediate value theorem and the formal definition of a limit. The latter says that we begin with an epsilon given and no matter how small it is, there is a corresponding delta. The former says that if a function is continuous in between two points, then the function must also assume all values in between. In particular, one of the values in between is going to be the mean between the two extreme points of an interval.
Podemos comparar aqui o Teorema do Valor Intermediário e a definição formal do limite. O segundo diz que é dado um epsilon e não importa quão pequeno ele seja, sempre haverá um delta correspondente. O primeiro diz que se uma função é contínua entre dois pontos, então a função, necessariamente, assume todos os valores intermediários. Em particular, um destes valores é a média entre os dois extremos do intervalo.


'''Links for the proofs:'''
'''Links para as demonstrações:''' (em inglês)
* http://mathcenter.oxford.emory.edu/site/math111/proofs/ivt/
* http://mathcenter.oxford.emory.edu/site/math111/proofs/ivt/
* https://en.wikipedia.org/wiki/Intermediate_value_theorem
* https://en.wikipedia.org/wiki/Intermediate_value_theorem
Line 30: Line 28:
* https://www.khanacademy.org/math/ap-calculus-ab/ab-limits-new/ab-1-16/v/intermediate-value-theorem
* https://www.khanacademy.org/math/ap-calculus-ab/ab-limits-new/ab-1-16/v/intermediate-value-theorem


==Weierstrass' extreme value theorem==
==Teorema de Weierstrass ou do valor extremo==


<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
If <math>f</math> is continuous in <math>[a, \ b]</math>. Then there shall exist <math>x_1</math> and <math>x_2</math>, in that interval, such that <math>f(x_1) \leq f(x) \leq f(x_2)</math> for all <math>x</math> in <math>[a, \ b]</math>.
Se <math>f</math> for contínua em <math>[a, \ b]</math>. Então existirá <math>x_1</math> e <math>x_2</math>, naquele intervalo, tal que <math>f(x_1) \leq f(x) \leq f(x_2)</math> para todo <math>x</math> em <math>[a, \ b]</math>.


[[file:weierstrass_graph.png|300px]]
[[file:weierstrass_graph.png|300px]]


''(the theorem does not care about the function being constant, crescent or decrescent in between the two extremes. Don't associate the theorem to just one type of function.)''
''(O teorema não se importa com a função ser constante, crescente ou decrescente no intervalo. Não associe o teorema a um caso específico de função.)''
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</div>


What this theorem states is that, in between a closed interval, the function is going have a maximum and a minimum. The interval has to be closed because if we consider an open interval we are accepting values at which the limit may be infinity, which would invalidate the theorem. Remember that infinity is not part of the real numbers. We cannot calculate a function at infinity, but we can calculate the limit at infinity. By having the interval closed we guarantee that the function is defined and has a finite limit.  
O que este teorema afirma é: num intervalo fechado a função terá um máximo e um mínimo. O intervalo precisa ser fechado porque se considerarmos um intervalo aberto estaremos aceitando valores para os quais o limite pode ser infinito, o que invalidaria o teorema. Lembre-se que o infinito não faz parte dos números reais. Não podemos calcular uma função no infinito, mas podermos calcular o limite indo para infinito. Ao restringirmos o intervalo para o caso fechado garantimos que a função esta definida e que o limite em todos os seus pontos é finito.


Suppose we have the function <math>f(x) = 1/x</math>. If the interval is open and contains the zero, we won't ever divide by zero. However, by being open we can get infinitely close to zero and this means to accept that the function is not bounded because it's going to infinity. If the interval is closed and excludes the zero, maybe it has the number 0.0001 which is finite and <math>f(0.0001)</math> is finite. Anything in between 0.0001 and 0 is not part of the interval.
Suponha que temos a função <math>f(x) = 1/x</math>. Se o intervalo for aberto e incluir o zero, nunca iremos dividir por zero. Porém, como o intervalo é aberto podemos chegar infinitamente perto do zero e isto significa aceitar que a função não é limitada porque ela vai para infinito. Se o intervalo for fechado e excluir o zero, quem sabe ele contenha o número 0.0001, que é finito e <math>f(0.0001)</math> é também finito. Qualquer valor entre 0.0001 e 0 não faz parte do intervalo do exemplo.


'''Links for the proofs:'''
'''Links para as demonstrações:''' (em inglês)
* https://en.wikipedia.org/wiki/Extreme_value_theorem
* https://en.wikipedia.org/wiki/Extreme_value_theorem
* https://www.khanacademy.org/math/ap-calculus-ab/ab-diff-analytical-applications-new/ab-5-2/v/extreme-value-theorem
* https://www.khanacademy.org/math/ap-calculus-ab/ab-diff-analytical-applications-new/ab-5-2/v/extreme-value-theorem
Line 50: Line 48:
* http://mathcenter.oxford.emory.edu/site/math111/proofs/extremeValueTheorem/
* http://mathcenter.oxford.emory.edu/site/math111/proofs/extremeValueTheorem/


==Rolle's theorem==
==Teorema de Rolle==


<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
If <math>f</math> is continuous in <math>[a, \ b]</math>, differentiable in <math>]a, \ b[</math> and <math>f(a) = f(b)</math>. Then there shall exist a <math>x_1</math>, in that interval, such that <math>f'(x_1) = 0</math>.
Se <math>f</math> for contínua em <math>[a, \ b]</math>, diferenciável em <math>]a, \ b[</math> e <math>f(a) = f(b)</math>. Então existirá um <math>x_1</math>, naquele intervalo, tal que <math>f'(x_1) = 0</math>.


[[file:rolle_graph.png|300px]]
[[file:rolle_graph.png|300px]]


''(the theorem guarantees that at least one point is going to have a derivative equal to zero. There may be more than one.)''
''(O teorema garante que pelo menos um ponto terá uma derivada igual a zero. Porém, podem haver outros.)''
</div>
</div>


What this theorem states is that in between two points of the function with the same height, there is going to be a point where the derivative is zero. Think about this: if the function is strictly crescent or strictly decrescent it's impossible for it to have an horizontal tangent in between two points. The theorem states that if the two extremes have the same value, either the function is constant or somewhere in between the rate of change invert its sign.
O que este teorema afirma é que entre dois pontos, de mesma altura, da função, existirá um ponto onde a derivada é zero. Pense sobre isto: se a função é estritamente crescente ou estritamente decrescente, é impossível que ela tenha uma tangente horizontal entre os dois pontos. O teorema diz que se os dois extremos tem o mesmo valor, a função só pode ser constante ou em algum lugar no meio do caminho a taxa de variação inverte de sinal.


For the same reason of the extreme value theorem the interval has to be closed. Now why does it say that the function is differentiable on an open interval? Because there are functions with points where the limit exists and the function is also continuous, yet it's not differentiable. For example <math>f(x) = |x|</math> is differentiable everywhere, except for the origin. That's why the theorem says that the function is differentiable on an open interval. The function may be continuous at the extremes, while at the same time not differentiable there.
O intervalo deve ser fechado pela mesma razão dada no caso do Teorma do Valor Extremo. Por quê o Teorema de Rolle diz que a função é diferenciável num intervalo aberto? Porque há funções com pontos onde o limite existe e é contínua, mas ainda assim não é diferenciável. Por exemplo: <math>f(x) = |x|</math> é diferenciável em todos os seus pontos, exceto pela origem. É por isto que o teorema diz que a função é diferenciável num intervalo aberto. A função pode ser contínua nas extremidades, mas ao mesmo tempo não ser diferenciável naqueles pontos.


'''Links for the proofs:'''
'''Links para as demonstrações:''' (em inglês)
* https://brilliant.org/wiki/rolles-theorem/
* https://brilliant.org/wiki/rolles-theorem/
* http://mathcenter.oxford.emory.edu/site/math111/proofs/rollesTheorem/
* http://mathcenter.oxford.emory.edu/site/math111/proofs/rollesTheorem/
Line 70: Line 68:
* https://www.cuemath.com/calculus/rolles-theorem/
* https://www.cuemath.com/calculus/rolles-theorem/


==Lagrange's mean value theorem==
==Teorema do Valor Médio de Lagrange==
<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
If <math>f</math> is continuous in <math>[a, \ b]</math>, differentiable in <math>]a, \ b[</math>. Then there shall exist a <math>x_1</math>, in that interval, such that <math>f'(x_1) = \frac{f(b) - f(a)}{b - a}</math> or <math>f'(x_1)(b - a) = f(b) - f(a)</math>
Se <math>f</math> for contínua em <math>[a, \ b]</math>, diferenciável em <math>]a, \ b[</math>. Então existirá um <math>x_1</math>, naquele intervalo, tal que <math>f'(x_1) = \frac{f(b) - f(a)}{b - a}</math> ou <math>f'(x_1)(b - a) = f(b) - f(a)</math>


[[file:mean_value_graph.png|300px]]
[[file:mean_value_graph.png|300px]]


''(This is not the intermediate value theorem. The name is similar but it's a different theorem. The point where the tangent is parallel to the secant does not need to be in between <math>f(a)</math> and <math>f(b)</math>. This is a confusion that can happen due to the similarity of both theorems.)''
''(Este não é o teorema do valor intermediário. O nome é parecido mas é outro teorema. O ponto onde a tangente é paralela À secante não precisa estar entre <math>f(a)</math> e <math>f(b)</math>. É uma confusão que pode acontecer devido à semelhança de ambos os teoremas.)''
</div>
</div>


What this theorem states is that we have a secant line that passes through two points of the function. In between the two points there must be a tangent line that is parallel to the secant. The theorem doesn't state that the point is unique, there may be others. We are making the assumption that the function is differentiable, otherwise the parallel tangent line may not exist because there may be a point where the function is continuous but not differentiable. The idea is pretty similar to Rolle's theorem. In fact, Rolle is a subcase of the mean value theorem.
O que este teorema afirma é que temos uma secante que passa por dois pontos da função. Entre os dois pontos deve haver uma tangente que é paralela à secante. O teorema não afirma que o ponto da tangente é único, podem haver outros. Partimos do pressuposto que a função é diferenciável, de outra forma a reta tangente pode não existir porque podem haver pontos em que a função é contínua mas não diferenciável. A ideia é bastante parecida com o Teorema de Rolle. De fato, o Teorema de Rolle é um subcaso do Teorema do Valor Médio.


<math>(b - a) \neq 0</math>. First <math>b \neq a</math>, otherwise we don't have a rate of change. Second, when we calculate the limit to make the distance between the two infinitely small we never make the distance equal to zero itself.
<math>(b - a) \neq 0</math>. Primeiro <math>b \neq a</math>, de outra forma não temos uma taxa de variação. Segundo, quando calculamos o limite da distância conforme esta fica infinitamente pequena. Nunca chegamos a zero de fato.


'''Physical interpretation:''' suppose a function represents velocity in time. Suppose that during a certain interval of time the velocity goes up and down, at a certain instant it's 20 m/s and at another instant it's 10 m/s. Average velocity as we learn at school is <math>\frac{10 + 20}{2} = 15 \ m/s</math>. What the theorem says about velocity is that there must be a certain instant in which the velocity is the average velocity itself. It doesn't matter how fast the velocity changes over time. What matters is that the process is continuous. In case the acceleration is zero, the average velocity should be equal to the velocity itself at all instants.
'''Interpretação física:''' suponha que uma função representa velocidade no tempo. Suponha que num certo intervalo de tempo a velocidade aumenta e diminui. Num dado instante é 20 m/s e em outro é 10 m/s. Aprendemos na escola que a velocidade média é <math>(10 + 20)/2 = 15 \ m/s</math>. O que o teorema diz sobre a velocidade é que deve haver um instante tal que a velocidade é a própria média. Não importa quão rápido a velocidade muda com o tempo. O que importa é que o processo é contínuo. Caso a aceleração seja zero, a velocidade média deverá ser constante em todos os instantes de tempo.


Notice that if we have a process that is discontinuous there is a problem with applying this theorem, because the mean value could be a value in between where the process is undefined.
Observe que se tivermos um processo que apresenta uma descontinuidade no intervalo, não poderemos aplicar o teorema. Porque o valor médio pode acontecer justo onde a função é descontínua.


'''Links for the proofs:'''
'''Links para as demonstrações:''' (em inglês)
* https://en.wikipedia.org/wiki/Mean_value_theorem
* https://en.wikipedia.org/wiki/Mean_value_theorem
* https://www.khanacademy.org/math/ap-calculus-ab/ab-diff-analytical-applications-new/ab-5-1/v/mean-value-theorem-1
* https://www.khanacademy.org/math/ap-calculus-ab/ab-diff-analytical-applications-new/ab-5-1/v/mean-value-theorem-1
Line 93: Line 91:
* https://brilliant.org/wiki/mean-value-theorem/
* https://brilliant.org/wiki/mean-value-theorem/


==Cauchy's mean value theorem==
==Teorema do Valor Médio de Cauchy==


<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
<div style="text-align:center; background-color: #f8f9fa; padding:1em;">
If <math>f</math> and <math>g</math> are continuous in <math>[a, \ b]</math>, differentiable in <math>]a, \ b[</math>. Then there shall exist a <math>c</math> in <math>]a, \ b[</math> such that <math>[f(b) - f(a)]g'(c) = [g(b) - g(a)]f'(c)</math>
Se <math>f</math> e <math>g</math> são contínuas em <math>[a, \ b]</math>, diferenciáveis em <math>]a, \ b[</math>. Então existirá um <math>c</math> em <math>]a, \ b[</math> tal que <math>[f(b) - f(a)]g'(c) = [g(b) - g(a)]f'(c)</math>


or
ou


<math>\frac{g(b) - g(a)}{f(b) - f(a)} = \frac{g'(c)}{f'(c)}</math>, if <math>g(a) \neq g(b)</math> and <math>f'(c) \neq 0</math>.
<math>\frac{g(b) - g(a)}{f(b) - f(a)} = \frac{g'(c)}{f'(c)}</math>, se <math>g(a) \neq g(b)</math> e <math>f'(c) \neq 0</math>.


[[file:cauchy_mean_value_graph.png|400px]]
[[file:cauchy_mean_value_graph.png|400px]]


(Careful with this graph! It's <math>x(t)</math> x <math>y(t)</math>, not <math>t</math> x <math>\gamma (t)</math>!)
(Cuidado com este gráfico! É <math>x(t)</math> x <math>y(t)</math>, não <math>t</math> x <math>\gamma (t)</math>!)
</div>
</div>


This theorem is a generalization of the mean value theorem. Suppose we have two different functions between two points and each one obeys to the conditions of the mean value theorem. A natural question arises: if each function, own its own, is going to have a point where the rate of change is equal to the average rate of change. Is there a point in which the rate of change of each function is equal to the average rate of change of the other? Yes, there is.  
Este teorema é uma generalização do Teorema do Valor médio. Suponha que temos duas funções diferentes entre dois pontos e cada uma obedece às condições do Teorema do Valor Médio. Uma pergunta natural surge: se cada função, por si mesma, terá um ponto onde a taxa de variação é igual à taxa de variação média. Então há um ponto onde a taxa de variação de uma função é igual à taxa de variação média da outra? Sim, .


Careful with the interpretation of it! Suppose that at point <math>x = c</math> we have that the rate of change of <math>f</math> is equal to the average rate of change. That doesn't imply that the same is true for <math>g</math>! The point where that happens for <math>g</math> may be somewhere else because it's a different function! What the theorem states is that both functions should have equal average rates of change. At some point in school we learn that two different sets of numbers can have the same average.
Cuidado com a interpretação do teorema! Suponha que num ponto <math>x = c</math> temos que a taxa de variação de <math>f</math> é igual à taxa de variação média. Isto não implica que o mesmo ocorra com <math>g</math>! No caso de <math>g</math> o ponto pode estar em outro lugar porque é uma função diferente! O que o teorema afirma é que ambas as funções devem ter a mesma taxa de variação média. Em algum momento na escola aprendemos que dois conjuntos diferentes de números podem ter a mesma média.


I have a textbook that presents a different interpretation. A curve can be a trajectory with each of its points given by a linear combination of more than one function, one for each coordinate. We choose two points and trace a secant line. In between the two points there must be a tangent line that is parallel to the secant. It's the same geometrical idea of the mean value theorem, except that the trajectory is a vector valued function. How do we derive a vector valued function? We derive each of its coordinates, because each one has a function of its own. At each point in the curve we have the same parameter, which is time in the case of trajectories.
Eu tenho um livro que apresenta uma interpretação diferente. Uma curva pode ser uma trajetória, onde cada um dos seus pontos é dado por uma combinação linear de mais de uma função. Temos uma função para cada coordenada. Escolhemos dois pontos e traçamos uma secante. Entre os dois pontos deve haver uma tangente que é paralela à secante. É a mesma ideia geométrica do teorema do valor médio, exceto que uma trajetória é uma função vetorial. Como derivamos uma função vetorial? Derivamos coordenada a coordenada, porque cada uma tem a sua própria função. Em cada ponto da curva temos o mesmo parâmetro, que no caso das trajetórias é o tempo.


'''Links for the proofs:'''
'''Links para as demonstrações:'''
* https://en.wikipedia.org/wiki/Mean_value_theorem#Cauchy's_mean_value_theorem
* https://en.wikipedia.org/wiki/Mean_value_theorem#Cauchy's_mean_value_theorem
* https://math24.net/cauchys-mean-value-theorem.html
* https://math24.net/cauchys-mean-value-theorem.html
* https://proofwiki.org/wiki/Cauchy_Mean_Value_Theorem
* https://proofwiki.org/wiki/Cauchy_Mean_Value_Theorem

Revision as of 01:02, 14 August 2022

Dependendo do professor e do tipo de curso de cálculo esta sendo dado, os teoremas a seguir não são demonstrados em aula porque eles precisam de um nível de abstração que nem todo mundo esta familiarizado. Há ainda a limitação de tempo. Nem sempre é viável fazer as demonstrações.

Os teoremas abaixo sempre assumem que as funções são contínuas, porque se não forem contínuas num intervalo não temos como afirmar muitas propriedades. Sempre há dois pontos distintos [math]\displaystyle{ a }[/math] e [math]\displaystyle{ b }[/math], porque se [math]\displaystyle{ a = b }[/math] não temos um intervalo e não podemos afirmar nada sobre a função. Exceto verificar se a função esta definida ali ou não. A distância entre os pontos das extremidades pode ser pequena ou grande, desde que seja positiva. Os gráficos podem diferir de livro para livro e é natural. Estamos tratando de uma pequena parte de uma ideia geral. Não há uma forma de traçar todos os casos um por um, nem traçar no infinito.

Antes de prosseguirmos para os teoremas algumas perguntas já podem ser feitas: o que fazer se a função tem um ponto onde o limite é infinito? Se este é o caso a função já não é contínua naquele ponto. Portanto, não podemos ter um máximo ali porque o infinito não é um número. Reciprocamente, o infinito negativo não é um mínimo. O que fazer se o limite não existe? Na melhor das hipóteses podemos dizer que a função é limitada entre dois extremos, mas com o limite indefinido não podemos concluir nada sobre um valor que não sabemos ao certo. Você é capaz de saber qual, dentre dois números desconhecidos, é maior? É impossível! Ao assumirmos que as funções são contínuas estamos eliminando casos nos quais o teorema seria inválido.

Teorema do valor intermediário

Se [math]\displaystyle{ f }[/math] for contínua em [math]\displaystyle{ [a, \ b] }[/math] e [math]\displaystyle{ f(c) }[/math] esta entre [math]\displaystyle{ f(a) }[/math] e [math]\displaystyle{ f(b) }[/math]. Então deverá existir um [math]\displaystyle{ c }[/math], dentro do intervalo, tal que [math]\displaystyle{ f(c) = c }[/math].

(Este não é o teorema do valor médio)

Este teorema pode ser visto como uma extensão do fato de que entre dois números reais sempre há um terceiro. Entre dois valores de uma função sempre há um terceiro. Observe que este teorema só faz sentido partindo do pressuposto que a função é contínua. Não podemos usar deste teorema para provar que uma função é contínua! Este teorema é uma consequência da continuidade da função. A ideia dele é semelhante à do teorema do valor médio. Entre [math]\displaystyle{ f(a) }[/math] e [math]\displaystyle{ f(b) }[/math] existirá um valor que é a média dos dois anteriores. Acho que é aqui que a confusão entre os dois teoremas acontece.

Um subcaso do teorema do valor intermediário é o Teorema de Bolzano. Se [math]\displaystyle{ f(a)f(b) \lt 0 }[/math], então a função tem um ponto onde [math]\displaystyle{ f(x) = 0 }[/math]. Este é um dos primeiros teoremas que aprendemos em aulas de métodos numéricos, porque precisamos dele para achar raízes de equações. Alguém pode pensar em dimensões mais altas. O Teorema de Bolzano só faz sentido no plano cartesiano. Podemos atravessar para o outro lado sem cruzar um eixo ou reta? Em 2D não. Precisamos do espaço 3D para ir ao outro lado sem tocar na linha. Se existe teorema semelhante ao de Bolzano para dimensões maiores não faço ideia.

Podemos comparar aqui o Teorema do Valor Intermediário e a definição formal do limite. O segundo diz que é dado um epsilon e não importa quão pequeno ele seja, sempre haverá um delta correspondente. O primeiro diz que se uma função é contínua entre dois pontos, então a função, necessariamente, assume todos os valores intermediários. Em particular, um destes valores é a média entre os dois extremos do intervalo.

Links para as demonstrações: (em inglês)

Teorema de Weierstrass ou do valor extremo

Se [math]\displaystyle{ f }[/math] for contínua em [math]\displaystyle{ [a, \ b] }[/math]. Então existirá [math]\displaystyle{ x_1 }[/math] e [math]\displaystyle{ x_2 }[/math], naquele intervalo, tal que [math]\displaystyle{ f(x_1) \leq f(x) \leq f(x_2) }[/math] para todo [math]\displaystyle{ x }[/math] em [math]\displaystyle{ [a, \ b] }[/math].

(O teorema não se importa com a função ser constante, crescente ou decrescente no intervalo. Não associe o teorema a um caso específico de função.)

O que este teorema afirma é: num intervalo fechado a função terá um máximo e um mínimo. O intervalo precisa ser fechado porque se considerarmos um intervalo aberto estaremos aceitando valores para os quais o limite pode ser infinito, o que invalidaria o teorema. Lembre-se que o infinito não faz parte dos números reais. Não podemos calcular uma função no infinito, mas podermos calcular o limite indo para infinito. Ao restringirmos o intervalo para o caso fechado garantimos que a função esta definida e que o limite em todos os seus pontos é finito.

Suponha que temos a função [math]\displaystyle{ f(x) = 1/x }[/math]. Se o intervalo for aberto e incluir o zero, nunca iremos dividir por zero. Porém, como o intervalo é aberto podemos chegar infinitamente perto do zero e isto significa aceitar que a função não é limitada porque ela vai para infinito. Se o intervalo for fechado e excluir o zero, quem sabe ele contenha o número 0.0001, que é finito e [math]\displaystyle{ f(0.0001) }[/math] é também finito. Qualquer valor entre 0.0001 e 0 não faz parte do intervalo do exemplo.

Links para as demonstrações: (em inglês)

Teorema de Rolle

Se [math]\displaystyle{ f }[/math] for contínua em [math]\displaystyle{ [a, \ b] }[/math], diferenciável em [math]\displaystyle{ ]a, \ b[ }[/math] e [math]\displaystyle{ f(a) = f(b) }[/math]. Então existirá um [math]\displaystyle{ x_1 }[/math], naquele intervalo, tal que [math]\displaystyle{ f'(x_1) = 0 }[/math].

(O teorema garante que pelo menos um ponto terá uma derivada igual a zero. Porém, podem haver outros.)

O que este teorema afirma é que entre dois pontos, de mesma altura, da função, existirá um ponto onde a derivada é zero. Pense sobre isto: se a função é estritamente crescente ou estritamente decrescente, é impossível que ela tenha uma tangente horizontal entre os dois pontos. O teorema diz que se os dois extremos tem o mesmo valor, a função só pode ser constante ou em algum lugar no meio do caminho a taxa de variação inverte de sinal.

O intervalo deve ser fechado pela mesma razão dada no caso do Teorma do Valor Extremo. Por quê o Teorema de Rolle diz que a função é diferenciável num intervalo aberto? Porque há funções com pontos onde o limite existe e é contínua, mas ainda assim não é diferenciável. Por exemplo: [math]\displaystyle{ f(x) = |x| }[/math] é diferenciável em todos os seus pontos, exceto pela origem. É por isto que o teorema diz que a função é diferenciável num intervalo aberto. A função pode ser contínua nas extremidades, mas ao mesmo tempo não ser diferenciável naqueles pontos.

Links para as demonstrações: (em inglês)

Teorema do Valor Médio de Lagrange

Se [math]\displaystyle{ f }[/math] for contínua em [math]\displaystyle{ [a, \ b] }[/math], diferenciável em [math]\displaystyle{ ]a, \ b[ }[/math]. Então existirá um [math]\displaystyle{ x_1 }[/math], naquele intervalo, tal que [math]\displaystyle{ f'(x_1) = \frac{f(b) - f(a)}{b - a} }[/math] ou [math]\displaystyle{ f'(x_1)(b - a) = f(b) - f(a) }[/math]

(Este não é o teorema do valor intermediário. O nome é parecido mas é outro teorema. O ponto onde a tangente é paralela À secante não precisa estar entre [math]\displaystyle{ f(a) }[/math] e [math]\displaystyle{ f(b) }[/math]. É uma confusão que pode acontecer devido à semelhança de ambos os teoremas.)

O que este teorema afirma é que temos uma secante que passa por dois pontos da função. Entre os dois pontos deve haver uma tangente que é paralela à secante. O teorema não afirma que o ponto da tangente é único, podem haver outros. Partimos do pressuposto que a função é diferenciável, de outra forma a reta tangente pode não existir porque podem haver pontos em que a função é contínua mas não diferenciável. A ideia é bastante parecida com o Teorema de Rolle. De fato, o Teorema de Rolle é um subcaso do Teorema do Valor Médio.

[math]\displaystyle{ (b - a) \neq 0 }[/math]. Primeiro [math]\displaystyle{ b \neq a }[/math], de outra forma não temos uma taxa de variação. Segundo, quando calculamos o limite da distância conforme esta fica infinitamente pequena. Nunca chegamos a zero de fato.

Interpretação física: suponha que uma função representa velocidade no tempo. Suponha que num certo intervalo de tempo a velocidade aumenta e diminui. Num dado instante é 20 m/s e em outro é 10 m/s. Aprendemos na escola que a velocidade média é [math]\displaystyle{ (10 + 20)/2 = 15 \ m/s }[/math]. O que o teorema diz sobre a velocidade é que deve haver um instante tal que a velocidade é a própria média. Não importa quão rápido a velocidade muda com o tempo. O que importa é que o processo é contínuo. Caso a aceleração seja zero, a velocidade média deverá ser constante em todos os instantes de tempo.

Observe que se tivermos um processo que apresenta uma descontinuidade no intervalo, não poderemos aplicar o teorema. Porque o valor médio pode acontecer justo onde a função é descontínua.

Links para as demonstrações: (em inglês)

Teorema do Valor Médio de Cauchy

Se [math]\displaystyle{ f }[/math] e [math]\displaystyle{ g }[/math] são contínuas em [math]\displaystyle{ [a, \ b] }[/math], diferenciáveis em [math]\displaystyle{ ]a, \ b[ }[/math]. Então existirá um [math]\displaystyle{ c }[/math] em [math]\displaystyle{ ]a, \ b[ }[/math] tal que [math]\displaystyle{ [f(b) - f(a)]g'(c) = [g(b) - g(a)]f'(c) }[/math]

ou

[math]\displaystyle{ \frac{g(b) - g(a)}{f(b) - f(a)} = \frac{g'(c)}{f'(c)} }[/math], se [math]\displaystyle{ g(a) \neq g(b) }[/math] e [math]\displaystyle{ f'(c) \neq 0 }[/math].

(Cuidado com este gráfico! É [math]\displaystyle{ x(t) }[/math] x [math]\displaystyle{ y(t) }[/math], não [math]\displaystyle{ t }[/math] x [math]\displaystyle{ \gamma (t) }[/math]!)

Este teorema é uma generalização do Teorema do Valor médio. Suponha que temos duas funções diferentes entre dois pontos e cada uma obedece às condições do Teorema do Valor Médio. Uma pergunta natural surge: se cada função, por si mesma, terá um ponto onde a taxa de variação é igual à taxa de variação média. Então há um ponto onde a taxa de variação de uma função é igual à taxa de variação média da outra? Sim, há.

Cuidado com a interpretação do teorema! Suponha que num ponto [math]\displaystyle{ x = c }[/math] temos que a taxa de variação de [math]\displaystyle{ f }[/math] é igual à taxa de variação média. Isto não implica que o mesmo ocorra com [math]\displaystyle{ g }[/math]! No caso de [math]\displaystyle{ g }[/math] o ponto pode estar em outro lugar porque é uma função diferente! O que o teorema afirma é que ambas as funções devem ter a mesma taxa de variação média. Em algum momento na escola aprendemos que dois conjuntos diferentes de números podem ter a mesma média.

Eu tenho um livro que apresenta uma interpretação diferente. Uma curva pode ser uma trajetória, onde cada um dos seus pontos é dado por uma combinação linear de mais de uma função. Temos uma função para cada coordenada. Escolhemos dois pontos e traçamos uma secante. Entre os dois pontos deve haver uma tangente que é paralela à secante. É a mesma ideia geométrica do teorema do valor médio, exceto que uma trajetória é uma função vetorial. Como derivamos uma função vetorial? Derivamos coordenada a coordenada, porque cada uma tem a sua própria função. Em cada ponto da curva temos o mesmo parâmetro, que no caso das trajetórias é o tempo.

Links para as demonstrações: