Missão de vida

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Li um livro sobre procrastinação do Timothy Pychyl que me fez ver duas coisas. Toda procrastinação está ligada ao emocional negativo. A outra é que temos um excesso de preocupação com o tempo. Aí pensando em coisas que o Clóvis de Barros Filho diz sobre propósito de vida, Ana Claudia Quintana Arantes sobre a morte e o Mark Rosewater, um designer de jogos que uso de referência o tempo todo. O Mark tem um mantra que é "As restrições dão luz à criatividade". O que ele faz é resolver problemas de design de jogos e todo problema tem restrições de tempo, de espaço, de dinheiro, etc. São várias restrições. Ele dá como exemplo que é muito mais fácil escrever quando se tem um prazo e um tema do que quando você não tem prazo nem tema.

Comecei a usar a frase do Mark em contextos de vida, para além de problemas de ciências exatas ou design. Pensando no livro do Timothy Pychyl, se a vida fosse infinita a tendência seria a procrastinação durar para sempre. Se você tivesse mil anos de vida para escrever um livro, você não escreveria durante mil anos. Provavelmente deixaria para depois até que o fim estivesse próximo. Tem explicações nas neurociências para isso, mas eu não li sobre. O Daniel Martins de Barros escreveu um livro "O lado bom do lado ruim" e tem uma falha na educação em geral que é tratar as emoções negativas como obstáculos ou pesos. Mas elas não podem ser motivadoras de mudança? Uma força impulsora para frente? É mais ou menos algo que vejo de comum entre atletas e artistas que o tempo todo precisam lidar com a dor.

Uma vida infinita não teria sentido porque não teria conclusão. Toda vida tem um limite de tempo em última instância. Uma das conclusões que tive foi: "O que seria um mundo sem problemas? Ou então sem restrições?". Um mundo assim não precisaria de engenheiros para resolver nada. Não existiriam médicos ou doenças. Ninguém estudaria porque não existiriam problemas para serem resolvidos. Você nunca se preocuparia com falta de água ou de energia. Acho que o fato da vida ser finita é que nos permite pensar em realizar algo antes do fim. O que seria uma vida sem emoções negativas? Acho que seria uma vida monótona e sem mudanças. Sem arte também. Sem variabilidade, sem estações do ano, sem vida.

PS: O livro sobre procrastinação do Timothy Pychyl não existe traduzido. Eu vi a procrastinação na faculdade. Eu deixava pra depois e pelo menos metade dos alunos fazia isso