Às vezes no caminho para a beleza, você atravessa o caos

From Henry's personal library

Mark e sua esposa decidiram se mudar para uma nova casa porque eles queriam uma educação melhor para os filhos e não estavam contentes com as escolas da região na época. O processo de encontrar uma nova casa, vender a antiga e alugar uma casa temporária até a definitiva ficar pronta não foi sem percalços. Eles sofreram com prazos atrasados, falta de espaço e recursos porque as coisas não seguiram todas como planejado. Num determinando momento, a esposa de Mark disse a ele que o caos que eles estavam passando era parte de um objetivo de longo prazo. O Mark diz que o design de um set é bastante caótico e as coisas mudam, se transformam e algumas vezes você perde as esperanças porque nada parece dar certo.

Mark gosta de abordar o problema começando de um conceito que é complicado, mas ao mesmo tempo captura o que eles querem alcançar na versão final. Eles brincam com o conceito e iteram muitas vezes, descartando partes desnecessárias e refinando até que cheguem num estágio desejado. O exemplo que ele dá são as sagas, encantamentos criados para capturar a natureza de contar história do Magic. Começou como um jogo de tabuleiro onde os jogadores tinham o seu próprio peão e trilha. NA trilha estariam alguns eventos chaves marcados. A versão final é o produto final, depois de muitas revisões. Um subtipo de encantamento que, a cada turno, dispara um evento, até que o último (o clímax) é disparado e o encantamento se auto-destrói. Terminando assim a história que ele representa.


Eu posso ver o ponto dele. Quando eu penso num nível ou mapa, geralmente é algo grande e que precisa ser trabalhado para um tamanho mais administrável. Eu acredito que a maioria dos jogos começam com um caldeirão de ideias e nem todas ficarão até o produto final. Muitas outras ideias surgirão no meio do caminho. Agora vamos pensar na direção oposta. Pode algo começa pequeno e crescer, expandir, até ficar muito maior do que era inicialmente? Sim. Porém, eu não posso afirmar qual direção é a correta. Tendo a concordar com o Mark afirmando que começando com uma complexidade mais alta você tem mais espaço para experimentação. Para discutir e para olhar para o problema sob outras perspectivas. Pode ser preferível começar simples e com complexidade menor em alguns casos. Mas eu não saberia especificar quais casos.

A respeito do caos que se instala durante o processo de criação de algo novo ou desbravando espaços nunca antes explorados eu concordo muito com o Mark. A vida em si nunca é um caminho reto onde tudo evolui da maneira mais previsível e controlada possível. Apesar disto, diria que as décadas de experiência com criação do Magic tornam o Mark bastante bom em predizer quando algo não vai funcionar ou prever os próximos passos para criar um set. Esta habilidade de prever ou predizer nós ganhamos com a experiência acumulada com o tempo. Eu pontuaria que quando o caos é excessivo deve haver algo errado. Porque não deveríamos encarar o caos como sendo um pré-requisito ou algo que é inevitável. A lição do Mark não é: devemos sempre esperar pelo caos ou que o caos é altamente desejável.

Referências (inglês)